Alguns dos principais nomes do paradesporto brasileiro vão encarar a décima edição da Travessia dos Fortes, neste domingo, como preparação para os Jogos Paralímpicos de Londres-2012. É o caso do nadador paulista radicado na Bahia Marcelo Collet. Com quatro Mundiais, dois Parapanamericanos e duas Paralimpíadas no currículo, ele busca o tetra da prova, que tem largada no Posto 6 da Praia de Copacabana e chegada no Forte do Leme.
- Estou me preparando para os Jogos Paralímpicos. Mas nós ainda não sabemos o número de vagas do Brasil. Em maio, haverá uma competição na Argentina que definirá quem vai defender a seleção. O primeiro passo na temporada é vencer a Travessia dos Fortes, mas não será fácil. As maratonas aquáticas dependem de fatores naturais, como a direção das correntes e as condições metereológicas. E a largada é complicada devido ao número de participantes - afirmou Marcelo, número dois do ranking nacional na categoria S10.
Luiz Lima, Marcelo Collet e Susana Shnardorf na Travessia
dos Fortes, no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)
Em 1998, Marcelo foi atropelado em Salvador quando treinava para o Mundial de Triatlo, na Suíça. Ele sofreu uma lesão no nervo ciático da perna esquerda e levou três anos para descobrir que, com uma parte dos movimentos afetada, não poderia mais competir na modalidade. Após reaprender a andar, o nadador descobriu o paradesporto. Atualmente, Collet é considerado um especialista na natação de águas abertas. Em setembro de 2010, ele foi o primeiro atleta paralímpico a completar a travessia do Canal da Mancha, que separa a ilha da Grã-Bretanha da França e une o Mar do Norte ao Oceano Atlântico. Até hoje, apenas 13 brasileiros conseguiram esse feito. No mundo, apenas quatro atletas paralímpicos nadaram os 34 km do percurso.
Marcelo Collet comemora no pódio o tricampeonato
na Travessia de 2011 (Foto: Arquivo Pessoal)
- Foi a melhor experiência da minha vida. O mar de lá é muito inóspito e só é possível realizar a travessia durante três meses no ano. A água é muito gelada e existe sempre o risco de hipotermia. Eu precisei engordar cinco quilos para atravessar. Meu próximo desafio em alto mar será um revezamento entre os estados do Rio e de São Paulo: 467 km nadando sem parar durante seis dias - contou o nadador, de 32 anos.
Quem também disputa a prova de olho nos Jogos de Londres é a gaúcha Susana Schnarndorf, que já conquistou o índice, mas ainda aguarda a convocação para a seleção brasileira. Morando no Rio há 16 anos, Susana foi campeã brasileira de triatlo, disputou o Pan-Americano de 1995 e participou de 14 IronMans, a principal competição de triatlo do mundo. Tudo isso antes de descobrir que era portadora do Mal de Parkinson, há três anos. A doença degenerativa afetou o lado esquerdo do corpo e acabou afastando a atleta do seu esporte favorito. Mas ela não se entregou e passou a integrar a natação paralímpica. Neste domingo, ela vai disputar a Travessia dos Fortes pela segunda vez na categoria de portadores de deficiência. A primeira foi um ano antes de diagnosticar a doença.
Susana Schnarndorf usará a Travessia como treino
para os Jogos Paralímpicos (Foto: Arquivo Pessoal)
- Comecei na natação aos oito anos e fui nadadora até os 19, quando virei triatleta. Fiquei desesperada quando recebi o diagnóstico, mas o paradesporto me salvou. O Parkinson é uma doença degenerativa, mas não penso muito quando eu vou parar, vivo o presente. Já estou com o índice para as Paralimpíadas de Londres-2012, portanto, vou usar a Travessia dos Fortes como treino. Meu sonho é representar o Brasil nos Jogos - disse a paratleta de 44 anos, que conquistou a medalha de bronze no Parapanamericano dos Estados Unidos, e treina há dois anos com Marcelo Collet.
A décima edição da Travessia dos Fortes vai ser transmitida ao vivo pela TV Globo, dentro do Esporte Espetacular. A prova feminina tem previsão de largada às 09h35m, enquanto a masculina às 10h15m. O evento será transmitido o vivo dentro do Esporte Espetacular.
Fonte : Glogo.com
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